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Servidores federais aumento

Geral 11 de junho de 2025

Servidores se Revoltam e Exigem 78% de Reajuste nos Benefícios!

A luta por valorização dos servidores públicos federais ganhou mais um capítulo importante. Nesta quinta-feira (13), representantes das entidades sindicais que compõem a Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP) voltam a se reunir com o governo federal, e um dos principais pontos da pauta será a exigência de reajuste de 78% nos valores dos benefícios pagos atualmente aos servidores do Poder Executivo.

Essa demanda, que não surgiu agora, é fruto de anos de congelamento e desvalorização. O pedido se baseia em um levantamento técnico elaborado pelo Fonacate (Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado) e pelo Fonasefe (Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais), que apontam uma defasagem alarmante nos valores praticados atualmente.

Benefícios defasados: a realidade nua e crua

Atualmente, um servidor público federal do Poder Executivo recebe:

  • R$ 658,00 de auxílio-alimentação

  • R$ 144,00 de auxílio-creche

  • R$ 144,00 de per capita saúde (média, dependendo da faixa etária)

Esses valores, que por si só já parecem baixos, tornam-se ainda mais chocantes quando comparados aos benefícios pagos em outros Poderes da União. No Judiciário, por exemplo, o auxílio-alimentação chega a R$ 1.200,00, o auxílio-creche beira os R$ 900,00, e os planos de saúde possuem um custeio muito mais generoso por parte da União.

A pergunta que paira no ar é simples: por que servidores de um mesmo Estado, que exercem funções essenciais para o funcionamento do país, são tratados de forma tão desigual?

Histórico de abandono

Os benefícios dos servidores do Executivo estão congelados há mais de sete anos. O último reajuste significativo ocorreu em 2016, e de lá pra cá, o custo de vida disparou. A inflação corroeu o poder de compra dos servidores, especialmente dos que ocupam cargos de nível técnico e médio — justamente aqueles que mais dependem desses valores para complementar sua renda.

Enquanto isso, os demais Poderes foram realizando correções periódicas, criando um verdadeiro abismo dentro da própria máquina pública. O sentimento de injustiça cresce a cada ano, e as promessas de revisão feitas por governos anteriores ficaram apenas no papel.

O papel da Mesa Nacional de Negociação Permanente

A Mesa Nacional de Negociação Permanente foi reaberta em 2023 com a promessa de resgatar o diálogo entre o governo e os servidores. Ao longo de 2024, no entanto, os encontros se acumularam sem que decisões práticas fossem tomadas.

Apesar de algumas atualizações pontuais no per capita saúde anunciadas no fim do ano passado, o reajuste não chegou nem perto de atender às necessidades das famílias de servidores.

Agora, em 2025, as entidades sindicais resolveram intensificar a mobilização. A proposta é clara: recompor os 78% de perdas acumuladas e garantir isonomia com os outros Poderes.

Governo ainda resiste à equiparação

O governo federal tem evitado tratar o tema dos benefícios separadamente da negociação salarial. Para o Ministério da Gestão e Inovação, discutir valores de auxílio-alimentação ou creche isoladamente poderia gerar “pressões orçamentárias” difíceis de administrar.

No entanto, as entidades argumentam que essa desculpa já não se sustenta. A arrecadação federal bate recordes sucessivos e há margem fiscal para corrigir essas distorções sem comprometer o equilíbrio das contas públicas.

Além disso, há uma questão moral e institucional: tratar os servidores de forma tão desigual dentro da própria estrutura do Estado é não só injusto, mas também desmotivador.

Impactos na vida real

Para muitos servidores, principalmente os que ingressaram recentemente no serviço público e recebem salários mais baixos, esses benefícios fazem toda a diferença no orçamento familiar.

O auxílio-alimentação de R$ 658, por exemplo, não cobre nem metade do valor médio gasto com refeições diárias em grandes centros urbanos. Já o auxílio-creche, de R$ 144, representa uma fração mínima do valor cobrado em instituições particulares.

A ausência de reajustes transforma esses auxílios em meros símbolos — desconectados da realidade econômica do país e da vida do trabalhador público.

A mobilização nas bases está crescendo

Diversos sindicatos já convocaram suas bases para mobilização virtual e atos presenciais em frente aos órgãos públicos. A ideia é pressionar o governo a apresentar uma proposta concreta ainda no mês de junho.

Caso contrário, não está descartada a possibilidade de paralisações pontuais ou até greve geral a partir do segundo semestre.

“É preciso que o governo entenda que o servidor não aguenta mais esperar. Não se trata apenas de salário, mas de respeito e dignidade. Nossos benefícios estão virando piada. Não dá mais para aceitar esse tratamento desigual”, afirmou um dirigente da Condsef/Fenadsef, uma das maiores entidades de representação do Executivo.

O que esperar da reunião do dia 13?

A expectativa para a reunião desta quinta-feira é alta. As entidades esperam que o governo reconheça publicamente a defasagem nos benefícios e se comprometa com um cronograma de reajuste.

Um dos caminhos possíveis seria o envio de um projeto de lei ainda este ano, com vigência para 2026, contemplando a recomposição parcial dos auxílios. Outra alternativa seria a equiparação gradual, ao longo de três anos, até atingir os patamares do Judiciário.

📣 Opinião do servidor
Carlos Henrique dos Santos, 44 anos, técnico administrativo em um órgão do Executivo em Brasília, expressa seu desabafo:

“A gente não está pedindo luxo, está pedindo dignidade. Como é que se justifica o mesmo governo pagar R$ 1.200 de auxílio-alimentação para um servidor do Judiciário e R$ 658 para um do Executivo? Somos todos servidores públicos. O Executivo é sempre deixado por último, como se nosso trabalho valesse menos. É hora de corrigir essa injustiça.”

Carlos ainda ressalta que muitos colegas sequer conseguem manter seus filhos em uma creche de qualidade, mesmo com o auxílio-creche, que hoje não paga sequer uma semana de mensalidade em instituições privadas.

“Falam muito em eficiência no serviço público, mas esquecem que o servidor também precisa de condições mínimas para viver. Como vou ser eficiente se estou preocupado com o lanche do meu filho ou com a coparticipação do plano de saúde que não consigo pagar?”

🔎 Conclusão

A cobrança está feita. Agora, a bola está com o governo. Servidores de todo o Brasil estarão atentos à postura da União nesta nova rodada de negociação. O que está em jogo é mais do que cifras: é a valorização de quem carrega nas costas a estrutura do Estado brasileiro.

Seguimos acompanhando os próximos passos e traremos aqui no Blog do Sr. Siape todas as atualizações, com linguagem clara, direta e ao lado do servidor.

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