Geral 25 de março de 2015
Pesquisas, profissionais da área e o próprio Ministério Público do Trabalho no DF confirmam que a depressão se configura hoje como uma das principais causas de afastamento profissional em diferentes áreas. Segundo dados do Ministério da Previdência Social, em 2014, 388 pessoas no DF se ausentaram por motivo de transtorno depressivo recorrente. Em Brasília, problemas como estresse, depressão e síndrome do pânico correspondem a cerca de 60% dos motivos de ausência de servidores públicos estatutários — não incluídos as polícias Civil e Militar nem o Corpo de Bombeiros —, segundo pesquisa da Subsecretaria de Saúde, Segurança e Previdência dos Servidores (Subsaúde), que analisou ocorrências do biênio 2011 e 2012.
“Muitas pessoas ainda não aceitam a doença, por não estar visível no corpo. Isso dificulta as relações de trabalho, pois uma vez doente, esse sujeito não estará em condições plenas na sua atividade laboral”, explica a subsecretária da Subsaúde, a psicóloga Luciane Kozicz. Na avaliação dela, a baixa produtividade gera uma sobrecarga de trabalho aos colegas, que não entendem o problema e, com isso, o afastamento do servidor das relações socioprofissionais agrava o adoecimento.
Na hora de voltar à rotina de trabalho, os relatos são, principalmente, de medo e insegurança. Mas, em alguns casos, a retomada é necessária inclusive para a melhora do transtorno.
Mulheres mais afetadas
A Pesquisa Nacional de Saúde 2014, realizada pelo Ministério da Saúde em 1,6 mil municípios, entrevistando mais de 63 mil pessoas, apontou que a depressão, atualmente, atinge 11,2 milhões de pessoas com 18 anos ou mais no país. O diagnóstico da doença corresponde a 7,6% da população — sendo que a prevalência é de 10,9% entre as mulheres e 3,9% nos homens. A doença é mais comum entre os idosos — 11,1% acima de 60 anos, enquanto que 3,9% dos jovens de 18 a 29 anos relataram ter depressão. Do total dos que afirmaram receber o diagnóstico, 52% disseram usar medicamentos, 16,4% fazem psicoterapia e 46,4% receberam assistência médica nos últimos 12 meses. Os pacientes com o transtorno têm direito a atendimento gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS).