Após se mostrar ao contrário e ter alertado o presidente Jair Bolsonaro (PL) das consequências negativas de prometer reajuste salarial para determinadas categorias, o Ministério da Economia vê na mobilização de parte de servidores uma forma de pressionar o Congresso a aprovar a reforma administrativa ainda em 2022. A equipe econômica afirma que a ratificação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32 deve abrir espaço no orçamento para atender as demandas de reestruturação salarial do funcionalismo federal. O governo espera que a reforma acarrete na economia de até R$ 450 bilhões no período de dez anos. A proposta ainda precisa ser chancelada pelo Senado antes de ir para a sanção do presidente.
Deputados da base aliada do governo e da oposição, no entanto, descartam a possibilidade de possível avanço da reforma administrativa em ano eleitoral. Apesar de Paulo Guedes ter repetir em diversas ocasiões que as mudanças propostas não vão atingir os atuais servidores, parlamentares não enxergam clima para o debate de pautas polêmicas em 2022. “Não há a menor possibilidade de se aprovar uma reforma administrativa neste ano. É ano eleitoral, e a reforma administrativa não vem para dar nada para ninguém, vem para tirar”, comentou o deputado Capitão Augusto (PL-SP), vice-líder do partido de Bolsonaro na Câmara.