Com um futuro incerto da reforma administrativa na Câmara dos Deputados, servidores querem aproveitar até a proposta ser encaminhada ao plenário — o que já não tem mais data prevista — e continuar fazendo pressão contra o texto. Apesar de o texto estar diferente da redação original enviada pelo governo federal à Casa em setembro de 2020, o conteúdo que será encaminhado para votação — um substitutivo elaborado pelo deputado Arthur Oliveira Maia (DEM-BA), relator da comissão especial que tratou do tema — continua desagradando o funcionalismo.
“O relator conseguiu piorar o que era ruim, incluindo a redução de jornada e salário que não estava no texto original, por exemplo — diz Sérgio Ronaldo da Silva, o secretário-geral da Condsef”.
Alterações requeridas por servidores e deputados da oposição, como a retirada do trecho da proposta do Executivo que criava cinco tipos de vínculos, incluindo o de experiência como etapa de concurso público, não foram capazes de obter o apoio necessário para aprovação da reforma. O sentimento existente na Câmara é de que não há 308 votos favoráveis, entre os 513 parlamentares, para que o texto passe. Daí o adiamento do debate.
Ainda assim, o presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), Rudinei Marques, teme que o jogo político vire, para atender a interesses do mercado, e a reforma seja aprovada:
“Do jeito que está, o texto substitutivo é tão ruim quanto o original. Tínhamos conseguido alguns avanços, mas Maia trouxe de volta os piores dispositivos da proposta do governo.”
Confira o que mudou:
Estabilidade
Proposta original:
Estava restrito aos cargos típicos de Estado, após o término do vínculo de experiência e passado um ano de atividade com desempenho satisfatório.
Texto que será votado:
Todos os concursados serão estáveis. Empregados de empresas públicas e sociedades de economia mista podem ser demitidos.