O Governo aumentou o limite da renda que pode ser comprometida com Crédito Consignado. A decisão, que já está valendo, é vista com cautela por alguns economistas.
A nova regra vale para os Assalariados, Ativos, Aposentados e Pensionistas. Até agora, eles podiam comprometer até 30% da renda com empréstimos consignados, ou seja, descontados diretamente na folha de pagamento.
Agora, o Governo Federal aumentou o percentual para 35%, mas limitou os 5% de acréscimo ao pagamento de dívidas no cartão de crédito. Por exemplo, uma pessoa que ganha R$ 3 mil ao mês, podia comprometer R$ 900 com o empréstimo consignado. Agora, com a nova regra, esse valor subiu para R$ 1.050, mas R$ 150 só podem ser usados para pagar as dívidas do cartão.
Segundo analistas, a nova regra deixa espaço para o consumidor contrair mais dívidas, a mudança amplia o crédito e estimula o consumo em um momento arriscado.
“As pessoas precisam pensar que essa crise pode bater na sua porta, que elas podem perder o emprego. Então, elas têm que ser muito mais cuidadosas nesse momento do que em outros períodos de maior bonança. Não é hora de se endividar. É hora de fazer uma reserva para tempos ruins”, diz William Eid, economista da FGV.
Uma prova de que está difícil manter as contas em ordem é o número de famílias brasileiras endividadas. Quase metade da renda delas está comprometida e segundo a Serasa Experian, esse é o maior índice de inadimplência desde 2005.
A enfermeira Donária Barbosa fez um crédito consignado de R$ 8 mil no ano passado e soube que, depois de 60 meses, terá pago no total R$ 14 mil. Ela não se conforma com o aumento e quer distância de novos empréstimos. “Aí que está o problema. Você paga o dobro, né? Se tivesse outro jeito, eu não faria”, diz.
Fonte: G 1 Rosana Cerqueira