Geral 11 de novembro de 2025
Os servidores federais conquistaram um reajuste de 17,5 % no vale-alimentação, que passará de R$ 1.000 para R$ 1.175 a partir deste mês.
Apesar do avanço, o percentual alcançado representa cerca da metade dos 35 % inicialmente reivindicados pelas categorias.
A seguir, analisamos o que isso significa para quem está na ativa, o impacto no orçamento do servidor e — principalmente — como essa medida reforça uma desigualdade que há anos afeta aposentados e pensionistas do serviço público.
O benefício de auxílio-alimentação dos servidores federais sofrerá reajuste de 17,5 %.
O valor passará a ser de R$ 1.175 mensais.
A reivindicação inicial da categoria era de um reajuste de 35 % — ou seja, o acordo atendeu apenas parcialmente às demandas.
O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) alegou limitações orçamentárias para um aumento maior.
Para servidores federais, especialmente aqueles de rendas mais baixas, o aumento faz diferença concreta no orçamento familiar.
Garante alívio no custo das refeições diárias.
Ajuda a preservar o poder de compra diante da inflação.
Representa um sinal de valorização por parte do governo, ainda que modesto.
Mas, enquanto os servidores da ativa comemoram o reajuste, um grupo significativo do funcionalismo segue sem qualquer benefício: os aposentados e pensionistas.
O auxílio-alimentação não é estendido aos aposentados nem pensionistas, o que há anos gera indignação entre quem dedicou décadas de trabalho ao serviço público.
Esses servidores, mesmo tendo contribuído integralmente durante sua carreira, não recebem o benefício após a aposentadoria, o que cria um abismo de tratamento entre ativos e inativos.
Muitos aposentados argumentam que os custos com alimentação não desaparecem com a aposentadoria — pelo contrário, tendem a aumentar devido a cuidados com saúde, medicamentos e alimentação mais equilibrada.
Além disso, o reajuste constante apenas para os servidores ativos aumenta a defasagem entre quem trabalha e quem já se aposentou, agravando a desigualdade dentro do próprio funcionalismo.
Sindicatos e associações de aposentados têm cobrado do governo a inclusão desse público em futuras negociações, defendendo que o princípio da isonomia e da dignidade na velhice deveria valer também para benefícios como o vale-alimentação.
Financeiramente: o aumento representa mais R$ 175 por mês, ajudando a equilibrar o orçamento.
No planejamento: quem utiliza o benefício para refeições ou supermercado pode reorganizar seus gastos mensais.
Motivacionalmente: o reajuste é um sinal de atenção às demandas da categoria, o que pode trazer novo ânimo ao funcionalismo.
O reajuste do auxílio-alimentação foi um passo importante, mas não encerra o debate sobre valorização do servidor público.
Os aposentados precisam voltar ao centro das discussões — afinal, o mesmo Estado que exige dedicação e eficiência durante a vida funcional deve garantir dignidade após a aposentadoria.
Além disso, a diferença de tratamento entre ativos e inativos afeta a moral da categoria e cria sensação de esquecimento entre aqueles que já contribuíram por décadas.
O ideal seria que futuros acordos coletivos revisassem essa exclusão, buscando uma fórmula justa de compensação ou extensão gradual do benefício aos aposentados.
O reajuste de 17,5 % no auxílio-alimentação é uma boa notícia — representa um ganho real, um sinal de diálogo e um reconhecimento.
Mas também traz à tona uma verdade incômoda: nem todos se beneficiam dele.
Enquanto os servidores da ativa sentem o alívio no bolso, milhares de aposentados e pensionistas continuam sem esse suporte básico, enfrentando o aumento do custo de vida com rendas congeladas.
No Blog do Sr. Siape, seguimos acompanhando de perto essas pautas — celebrando os avanços, mas também dando voz aos que ficaram à margem.
Porque valorizar o servidor público é reconhecer quem está na ativa e quem já deu sua vida ao serviço do país.
Boa leitura — e que venham novos avanços, para todos.