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Economia 2 de julho de 2015

Tombini vê “sucesso” em Política fiscal e alerta para câmbio volátil

Presidente do BC disse que a política econômica está no caminho certo.
Alta dos juros nos EUA pode deixar dólar instável ‘por algum tempo’, diz.

Presidente do Banco Central, Alexandre Tombini participa de evento em São Paulo, nesta terça-feira (Foto: Darlan Alvarenga/G1)Presidente do BC, Alexandre Tombini
(Foto: Darlan Alvarenga / G1)

O Presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, afirmou na noite desta quarta-feira (1º) que vê sucesso na condução da Política Fiscal, mostrou-se otimista com o controle da inflação a partir de 2016 e alertou para a possível volatilidade do dólar, assim que os Estados Unidos elevarem a taxa de juros.

“A atual agenda da Política Fiscal tem logrado sucesso no enfrentamento desse desafio por meio de uma série de medidas que incluem, entre outras, cortes de gastos, redução de subsídios, aumento de tarifas públicas e recomposição de impostos regulatórios“, afirmou em evento que reuniu empresários na capital paulista.

Ele disse esperar a retomada do crescimento da economia antes de a inflação convergir para o centro da meta, que é de 4,5%, a partir do final de 2016. Em 12 meses, até maio, os preços acumulam alta de 8,47%, bem acima do limite de 6,5%.

Segundo Tombini, a condução da Política Fiscal tem sido prudente e fará com que os preços internos tendam à moderação. “A adoção de reformas estruturais levará à retomada da confiança e a um crescimento sustentável”, disse. “Os avanços obtidos até o momento indicam que estamos no caminho certo.

O presidente do BC acrescentou que a redução na inflação esperada e o processo de convergência das expectativas para o centro da meta após 2016 mostram que “o BC está conseguindo avançar no nosso objetivo”.

Teto da meta em 6%
O Presidente do BC também mencionou a redução do limite da meta de inflação para 2017, anunciada na semana passada como parte do esforço da política monetária. O Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu fixar a meta central de inflação em 4,5% para 2017, a mesma adotada pelo Governo Federal desde 2005.

O intervalo de tolerância em relação à meta central, porém, caiu de dois pontos percentuais (para cima e para baixo em relação ao centro) para 1,5 ponto percentual. Na prática, isso significa que o piso será de 3% e que o teto será mais baixo: de 6% em 2017, sem que a meta seja formalmente descumprida.

Um teto menor para a meta de inflação em 2017, em tese, obriga uma política de definição dos juros mais rígida (juros mais altos) para tentar conter a inflação.

A meta central de inflação é um objetivo que o BC tenta mirar, pelo controle da taxa básica de juros, a Selic. As decisões sobre a taxa de juros são tomadas pelo Comitê de Política Monetária (Copom) da instituição, em reuniões a cada 45 dias.

Ao subir os juros, o BC atua para conter a demanda da população por produtos e serviços e, deste modo, para tentar impedir a escalada dos preços. Quando baixa a taxa Selic, é porque acredita que a trajetória da inflação está consistente com as metas pré-determinadas pelo CMN.

Câmbio volátil ‘por algum tempo’
O Presidente do BC destacou ainda que a esperada elevação da taxa de juros nos EUA para este ano pode trazer alguma turbulência momentânea no mercado interno de câmbio. “É possível que tenhamos que conviver com certa volatilidade da moeda norte-americana por algum tempo”.

Tombini observou, ainda, que o programa de intervenção no câmbio (swaps cambiais), adotado para contar o avanço do dólar e reduzido recentemente, concentrou cerca de 80% dos contratos de venda da moeda para empresas não financeiras e investidores estrangeiros, o que ajudou, segundo ele, a evitar saídas “abruptas de capital” do país.

Fonte:  Taís Laporta Do G1, em São Paulo

 

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