Turismo / Viagens 27 de março de 2018
Vale sair de Joanesburgo e dirigir por 45 minutos para conhecer o parque de esculturas da NIROX Foundation, com 15 hectares e obras de nomes como os dos ingleses Chris Drury e Richard Long. A história da África do Sul tem traumas sociais, culturais e naturais que intrigam e alimentam a expressão criativa. Pensando nisso, a NIROX hospeda de 15 a 30 artistas por ano, ao longo de dois meses. A produção feita in loco pode resultar em exposições nos pavilhões e gramados da fundação, como é o caso de Ladders in water, de Strijdom van der Merwe, e Diver, de Doreen Southwood.
“A paisagem daqui é deslumbrante e tenho andado muito, o que me faz pensar sobre nossa capacidade de analisar, escrever e reescrever o espaço, no qual o horizonte é uma linha de referência.Uma linha obscurecida, de alcance impossível e que muda constantemente. Outro assunto que interessa é a descoberta de fósseis nesta região. O que nos leva à história do corpo humano”, explica a indiana Zuleikha Chaudhari. Em 2013, foi inaugurado um pavilhão com um restaurante pop-up. Lá acontecem workshops que exploram as relações entre arte e gastronomia.
Vai para Nova York? Pegue a estrada em direção ao noroeste de Manhattan. Rapidamente os arranha-céus da cidade darão lugar a uma vegetação exuberante e inspiradora. Ao chegar no Storm King Art Center, aberto na década de 1960 pelos colecionadores Ralph E. Ogden e H. Peter Stern, alugue uma bicicleta para ver esculturas de artistas como Alexander Calder, Richard Serra e Roy Lichtenstein, espalhadas por um parque com cerca de 200 hectares. Vale sentar ao lado de uma das obras do escultor abstrato americano Mark di Suvero e apreciar os campos de flores brancas, ou se arriscar sob a escultura-pêndulo Suspended, do israelense Menashe Kadishman. Não se esqueça de levar quitutes para um piquenique! Nem deixar de provar o refrigerante orgânico de cola produzido na região e vendido na lanchonete do parque 🙂
Natureza, gastronomia, arte e arquitetura: no Château La Coste, é possível apreciar a paisagem da Provence, degustar vinhos tinto, branco e rosé produzidos nos 125 hectares do château, ver esculturas e instalações de Louise Bourgeois, Jean Prouvé, Tunga, Franz West, Hiroshi Sugimoto e visitar prédios assinados por Jean Nouvel, responsável pela vinícola, Tadao Ando, que assina o museu principal, e Frank Gehry, que projetou o pavilhão da música. Programe-se: durante o verão, há sessões de cinema ao ar livre.
Já no Domaine de Chaumont-sur-Loire, a 200 km de Paris, a cada ano fotógrafos e artistas plásticos recebem dos curadores a tarefa de criar instalações site-specific que tenham relação direta com a natureza. Até o dia 11 de novembro, podem ser vistas obras do austríaco Klaus Pinter e da japonesa Fujiko Nakaya. “Arte e natureza são inseparáveis e, por isso, procuro trabalhar em harmonia com ela, e não dominá-la”, conta o inglês David Nash, que trabalha não só com madeira, mas também com ar, água e fogo. Para o instituto, ele reproduziu o desenho interno do pitoresco castelo. Entre as instalações permanentes, são imperdíveis as do japonês Tadashi Kawamata e do italiano Giuseppe Penone.
Aberto em 1977, o Yorkshire Sculpture Park é o museu-parque europeu que recebe obras mais experimentais e contemporâneas. Procure pelas esculturas da dupla Lucy + Jorge Orta, expostas até 3 de novembro, cujos temas principais são a água e questões que envolvem a sustentabilidade (vale conhecer a série chamada Amazonia, na qual a dupla ressalta o poder da natureza em nosso dia a dia). Entre as árvores e as cinco galerias, destaque para obras permanentes de Antony Gormley, Helen Escobedo, Isamu Noguchi, James Turrell, Martin Creed, Peter Liversidge e Sol LeWitt.
Na fronteira entre a Dinamarca e a Suécia está o Louisiana Museum of Modern Art, com um acervo de mais de 3 mil obras de artistas como Henry Moore, Joan Miró, Yves Klein, Rauschenberg e Giacometti, entre outros.Embora a arte moderna predomine na coleção, são organizadas performances e exposições temporárias de arte contemporânea e, até o dia 29 deste mês, será possível visitar Yoko Ono Half-a-Wind Show, uma retrospectiva para comemorar os 50 anos de trabalho da artista japonesa. Responsáveis pelo projeto do parque, os arquitetos Ole e Edith Nørgaard idealizaram a disposição das obras do jardim e pavilhões em forma de labirinto para garantir uma surpresa feliz a cada esquina. Manoir d’Essor, de Jean Dubuffet, é uma obra já existente, mas realizada pelo artista em versão seis vezes maior, especialmente para o parque-museu.
“Seikô udoku kakô tôdoku” é um ditado japonês que quer dizer “No verão, cultivar os campos. No inverno, cultivar a mente”. Inspirados por essa premissa e pela necessidade de questionar a forma como o homem se relaciona com a natureza seja no inverno seja no verão, os curadores do Echigo-Tsumari Art Field, a três horas de Tóquio, convidam artistas para fazerem instalações site-specific e performances pelos jardins e plantações de arroz da província de Niigata. A ideia é nobre: recuperar as memórias de uma origem que já foi esquecida e fazer com que as pessoas desenvolvam novas ligações entre si e com a terra. Quem aderiu à causa? O francês Christian Boltanski, o chinês Cai Guo-Qiang, o cubano Carlos Garaicoa, a japonesa Yayoi Kusama, o americano James Turrell e muitos outros grandes nomes da arte contemporânea.
Em Scarecrow Project, o brasileiro Oscar Oiwa distribuiu espantalhos vermelhos carregando bebês para representar as famílias que trabalham no campo. Já na ilha de Naoshima, no sul do país, os museus, hotéis e parques administrados pela fundação Benesse Art garantem uma viagem artsy de tirar o fôlego: Tadao Ando, Hiroshi Sugimoto, Walter De Maria, Lee Ufan, Michelangelo Pistoletto e Dan Graham são alguns dos artistas responsáveis pelos projetos arquitetônicos e obras de arte espalhados pela ilha. Faça a reserva com antecedência e hospede-se no Benesse House Oval. Projetado por Tadao Ando, é o mais luxuoso dos hotéis da ilha, com apenas seis quartos. Todos, claro, repletos de arte.
No meio da Floresta da Tijuca, o casarão que abriga o Museu do Açude nasceu ainda na década de 1920, mas foi apenas 1964 que passou a apresentar uma proposta singular: promover o diálogo entre o patrimônio cultural brasileiro e a natureza exuberante do Rio de Janeiro. Assim, a residência neocolonial reformada por Castro Maya passou a abrigar obras de arte em seu jardim e salões: nomes como Lygia Pape, Nuno Ramos, Hélio Oiticica, Anna Maria Maiolino e Carlos Vergara são alguns dos artistas contemporâneos que aceitaram o desafio do projeto, hoje aberto ao público. Já em Minas, Bernardo Paz foi o responsável por transformar o Brasil em destino must go da rota artística mundial.
Com jardins inicialmente criados por Burle Marx, Inhotim tem pavilhões belíssimos e obras comissionadas que dialogam com o parque. É o caso do caleidoscópio de Olafur Eliasson, de uma instalação de Matthew Barney e da escultura-labirinto criada por Cristina Iglesias, que, desde os anos 1980, pesquisa elementos do universo barroco, como o movimento, o labirinto e a ilusão de infinito.
Agradecemos à todos que acessam nosso Blog e desejamos uma excelente terça-feira!
Boa viagem 🙂
Fonte: Casa Vogue