Investimentos 4 de agosto de 2015
Ter R$ 1 milhão na conta é o sonho de muitas pessoas. Afinal, com essa quantidade de dinheiro, é possível fazer muita coisa, como comprar um bom apartamento em capitais brasileiras ou ainda um carro esportivo de luxo. No entanto, dá para viver de renda com esse dinheiro? O InfoMoney conversou com especialistas no assunto para descobrir se é ou não possível fazer isso.
Licelys Marques, planejadora financeira da Praisce Capital afirma que até é possível viver de renda com esse dinheiro, mas a quantia a ser recebida em conta não será nenhuma cifra astronômica. “Dá para viver de renda se o investidor gastar pouco”, afirma a especialista.
Um investimento que a especialista sugere para aplicar essa quantia é o título Tesouro IPCA+ com cupons semestrais, do Tesouro Direto – programa de compra e venda de Títulos Públicos do Governo Federal. Esse título rende a inflação, mais uma rentabilidade determinada na hora da compra e paga cupons semestrais ao investidor.
Atualmente, o título com vencimento para 2050 e rende cerca de 6% ao ano, já descontando taxa de custódia. O investimento não é isento de imposto de renda, o que significa que, no primeiro ano, a renda do investidor seria de R$ 3.942 e aumentaria até os dois anos do investimento, chegando a R$ 4.188 em valores corrigidos pela inflação.
Já no vencimento do título, o investidor pode resgatar o valor investido atualizado pela inflação, com acréscimo de juros semestrais. Com esse dinheiro, Licelys afirma que deve ser possível viver o resto da vida e ainda deixar uma herança para beneficiários.
Já Aldo Pessagno, da Manhattan Investimentos, aconselha o investimento na renda fixa após a acumulação de capital, de forma a deixar a carteira mais conservadora e manter uma rentabilidade interessante. “Nessa fase, apesar de nos restringirmos à renda fixa, temos um grande universo para trabalhar e alavancar os resultados”, afirma.
O especialista sugere uma carteira variada de investimentos, com aplicações no Tesouro Direto, em títulos bancários e debêntures. Considerando uma inflação de 9% ao ano e CDI (Certificado de Depósito Interbancário), a rentabilidade da carteira fica em 13,41%.
A renda nominal da carteira sugerida por Aldo fica em R$ 10,5 mil mensais em valores nominais, contra uma rentabilidade nominal de R$ 6 mil na poupança. No entanto, em valores corrigidos por uma inflação estimada em 9% ao ano, a rentabilidade fica em R$ 3,3 mil mensais.
Contudo, o passo mais importante que o investidor deve tomar é buscar uma boa assessoria de investimentos, para assim entender suas necessidades, objetivos, como alcançá-los com menos dificuldade e rever os investimentos periodicamente.
Confira a carteira recomendada por Aldo Pessagno abaixo:
Título | Líquidez | Valor Aplicado | Rentabilidade Bruta | Imposto | Rentabilidade líquida |
Tesouro Selic | Diária | R$ 200 mil | 100% Selic | 20% (em média) | 11,4% ao ano |
LCA Banco Original | 1 ano | R$ 100 mil | 13,1% ao ano | Isento | 13,1% ao ano |
LCI Rodobens | 2 anos | R$ 100 mil | 97% do CDI | Isento | 13,82% ao ano |
CDB Banco Pine | 3 anos | R$ 100 mil | IPCA + 7,5% ao ano (16,5% ao ano) | 15% | 14% ao ano |
CDB Banco Semear | 3 anos | R$ 100 mil | 120% do CDI (17,1% ao ano) | 15% | 14,53% ao ano |
Tesouro IPCA+ 2019 | Vencimento 2019 | R$ 300 mil | 6,58% + IPCA | 15% | 13,24% ao ano |
Debênture Rodovias do Tietê | Vencimento 2028 | R$ 100 mil | 7,17% + IPCA (16,17% ao ano) | Isento | 16,17% ao ano |
Fonte: UOL Economia / Infomoney