Bancos privados decidiram suspender as operações de Crédito Consignado para Servidores Públicos Federais, após a empresa de software Consist ter virado alvo da Operação Lava Jato. Segundo a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), as Instituições Financeiras estão revendo sua participação no convênio de gestão firmado com as autoridades públicas.
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Segundo o Ministério do Planejamento, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal continuam oferecendo Crédito Consignado.
A CBN teve acesso a comunicados reservados distribuídos por três bancos – Itaú/BMG, Bradesco e Bom Sucesso – para avisar os gerentes sobre o bloqueio das operações. A medida afeta todas as operações de crédito – tanto para quem deseja realizar um novo empréstimo, quanto quem precisa refinanciar ou fazer a portabilidade, e prejudica funcionários da ativa, aposentados e pensionistas.
A Consist foi contratada para gerir o software que autoriza os pagamentos consignados, após acordo de cooperação técnica foi firmado entre o Planejamento e Sindicato Nacional das Entidades Abertas de Previdência Complementar (SINAPP) e Associação Brasileira de Bancos (ABBC).
O SINAPP disse, em nota, que notificou extrajudicialmente a Consist para que a empresa preste os esclarecimentos devidos. O sindicato destacou que a Consist foi apresentada por “bancos participantes do mercado de crédito consignado”, e que a empresa foi quem apresentou as “melhores condições de atender os requisitos técnicos e operacionais”.
Procuradas pelo G1, a ABBC e a Consist não comentaram.
Investigação da Lava Jato
De acordo com as investigações do Ministério Público Federal e da Polícia Federal, a Consist teria repassado valores obtidos com o contrato de gestão das margens consignáveis a operadores da Lava Jato.
Após as denuncias, o Planejamento decidiu rescindir em 30 dias do Acordo de Cooperação Técnica envolvendo o Consignado e informou que toda a operação de gestão passará a ser feita pelo Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) e a Dataprev.
A suspensão das operações de consignado pelos bancos é por tempo indeterminado.
“Os bancos acompanham o caso do ponto de vista técnico, com o objetivo de colaborar com o Ministério do Planejamento na migração para um novo sistema de processamento das folhas de pagamento, garantindo a continuidade do serviço para os servidores. O objetivo é desenvolver um processo de migração de plataforma totalmente transparente para o servidor usuário do serviço”, informou a Febraban, em nota.
A Febraban não informou a relação de todos os bancos participantes do convênio e que suspenderam as operações de crédito consignado.
Fontes: G1 / CBN / Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) / Globo News – J10